terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

Entrevistando cosplayers: Victor Fiyero

   Embora por vezes possa parecer (como em alguns grupos de Facebook, onde se vê uma predominância de compartilhamentos de cosplays femininos), o cosplay não é uma prática exclusivamente feminina, havendo tanto homens quanto mulheres praticantes e realizadores de um excelente trabalho. Assim, depois de entrevistar Sabrina Correia, Mony Sanri e Gabriela Boomer, para a quarta entrevista da série, temos Victor Fiyero Moura.


Albafica de Peixes.


Quem é você e o que faz da vida?

   Nasci em Belém-PA, moro atualmente em Macapá-AP, sou advogado da área trabalhista, também sou músico erudito (violinista) e dançarino de salão. Trabalho atualmente no Instituo Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE.



O Fantasma da Ópera.

Qual a sua idade?

   24 anos.


Há quanto tempo você tem contato com mangá e anime?

   Desde muito novo, quando tinha de 5 a 6 anos,.tive contato com os animes que passavam na Manchete, mas fui entrar de cabeça mesmo na cultura com os meus 10 anos, quando comecei a ver mais animes e, com 13 anos, a ler mangás.



Harry Potter.


Há quanto tempo você faz cosplay?

   Há 9 anos, sou um dos veteranos dos veteranos do Amapá. Da minha geração, sou praticamente o único que continua firme e forte.


Qual foi o motivo que fez você se interessar a fazer cosplay?

   Eu assistia animes e lia mangás, até que o destino colocou um panfleto do Amapanime nas minhas mãos e vi que teria concurso de cosplay. Não era algo comum no estado, mas fui com a cara e a coragem sem conhecer ninguém e descobri um mundo de sonhos e felicidades e grandes amizades.


Qual foi o seu primeiro cosplay? Você tinha qual idade? E o último?

   Meu primeiro cosplay foi o Gaara do anime Naruto no início de 2007. Foi em um período onde não tínhamos muitas informações e habilidades com materiais, então foi praticamente um cospobre, porém, para a época foi algo incrível. Meu último foi o Albafica de Peixes (Cavaleiros do Zodíaco - The Lost Canvas)


Gaara (acho que eu estava nesse evento aí).


Ao todo, quantos e quais cosplays você já fez?

   14: Gaara (Naruto), Gaara (Naruto Shippuden), Angemon (Digimon Adventures), Touji Suzuhara (Neon Genesis Evangelion), Charada (Batman Eternamente), Fantasma da Ópera (O Fantasma da Ópera), Quasimodo (O Corcunda de Notre Dame), Myotismon (Digimon Adventure), Harry Potter, Vergil (Devil May Cry), O Máscara, Don Lockwood (Geny Kelly - Cantando na Chuva), Regan (O Exorcista), Albafica de Peixes (Cavaleiros do Zodíaco - The Lost Canvas).



Charada.


O que o cosplay já trouxe de experiência para a sua vida pessoal e profissional?

   O cosplay trouxe grandes oportunidades de amizade, me fez crescer como ser humano e ser mais extrovertido e comunicativo, o que me ajuda também no lado acadêmico e profissional.



Quasimodo.


Se alguém falasse para você que cosplay é coisa de criança ou de quem tem problemas mentais, qual seria a sua reação?

   Eu diria que cada um sabe da sua vida, cada um sabe o que lhe traz prazer e felicidade. Não existe idade para fazer aquilo que gosta, até porque, ser cosplayer é saber que você precisa de dinheiro para fazer, então geralmente fazem pessoas que trabalham ou possuem alguma renda, logo sendo a maioria adolescentes e adultos, quebrando então esse tabu de que é coisa de criança. Cosplay é arte, logo, não tem a ver com problemas mentais.



Regan.


Hoje, o cosplay é apenas um hobby ou você trabalha com ele de alguma forma?

   Cosplay é e sempre será um hobby para mim, não costumo lucrar com ele, não faço com esse objetivo, mas nunca se sabe. Posso dizer que sou um cosmaker para mim mesmo e para quem quiser minha ajuda, sempre estou de braços abertos para ajudar. Gostaria ser ser mais ativo como cosplayer mas trabalhar e estudar em busca da minha carreira acaba me consumindo muito tempo.


O que você considera para a escolha do cosplay? A semelhança física com a personagem? O comportamento ou personalidade semelhante? Outra coisa?

   Posso dizer que considero todos esses fatores, mas, acima de tudo, gostar do personagem, se identificar e saber usar técnicas e meios para ficar o mais parecido possível com ele. Pra ser cosplayer, você não precisa ser cantor, dançarino, ator, figurinista, designer, basta você sonhar e ter muita força de vontade.




Don Lockwood.


É você mesmo que produz seus cosplays?

   Sim, pelo menos a maior parte sou eu que fabrico. Apenas mando para a costureira aquilo que eu não tenho tanta habilidade de fazer, que são as costuras, embora eu escolha os tecidos sempre, mas acessórios, peças, asas, ferramentas, armaduras sou eu mesmo que faço.


Qual a maior dificuldade que você encontra para a confecção dos seus cosplays?

   Creio que seja encontrar materiais e assessórios no nosso estado, no qual sempre precisamos encomendar de fora; e boas costureiras, que realmente deem conta do recado, mas essa última basta saber procurar.


Qual o cosplay que mais te deu trabalho? Por qual motivo?

   Cada cosplay é uma aventura, mas o que mais me deu trabalho foi o Albafica de Peixes, por ser uma armadura complexa. Era algo que eu nunca tinha feito antes, mas consegui terminá-lo com 2 semanas e meia. Tudo é um grande aprendizado.



Albafica de Peixes.


Já fez cosplay em algum evento nacional ou internacional? Pretende fazer algum dia?

   Sim. Já competi no Animazon Conection 2011 em Belém-PA e ganhei uma vaga para o concurso nacional Yamato Cosplay Cup 2012 no Anime Friends em São Paulo, competindo entre os melhores selecionados de todo o Brasil..


Já sofreu discriminação por ser cosplayer?

Que eu lembre, nunca sofri nenhuma discriminação. Pelo menos nada relevante.



Touji Suzuhara.


Já recebeu algum prêmio?

   Sim, já recebi alguns prêmio aqui em Macapá durante minha vida como cosplayer, 1º lugar e uma vaga no YCC em Belém-PA e o maior prêmio que um cosplayer pode ter, que é a admiração e o carinho das pessoas.


Já sofreu assédio enquanto fazia cosplay ou em decorrência disso?

   Não.


Acompanha o trabalho de outros cosplayers? Tem algum como referência?

   Sim, tenho grandes ídolos do meio cosplay: Marcelo Vingaard, Thaís Yuki, Maurício Somenzari e Mônica Somenzari, Marcos Teixeira, Paulo Sweet, Samui San, Ítalo Erionn e Thiago Quinto..


Em sua opinião, qual a maior dificuldade que um cosplayer enfrenta no Amapá?

   Acho que os cosplayers amapaenses deveriam ser os mais unidos e participativos de todos; e poucos eventos que temos aqui, bem como ser mais audaciosos e corajosos para fazer apresentações. A união faz a força e traz bons concursos nacionais e admiradores da cultura.


Qual a sua melhor área de atuação?

   Tanto as apresentações quando as confecções. Eu me desafio o tempo todo, gosto de me superar e ser audacioso em tudo. Me atrevo a fazer algo cantando ao vivo, dançando, bons efeitos especias e truques. Nem sempre dá certo, mas na vida tudo é um aprendizado.



Myotismon.


Você nutre algum carinho especial por algum dos teus cosplays?

   Com certeza, o Angemon, que me levou a realizar o sonho de subir em um palco de um concurso nacional ao lado de grandes ídolos. Também tenho carinho pelo meu primeiro cosplay, o Gaara, e também pelo Myotismon e pelo Albafica.



Angemon.

Há algum personagem que você tenha muita vontade de fazer?

   Eu sempre faço todos os que tenho muita vontade de fazer. Acaba um e surgem outros, então fica difícil de dizer, mas posso dizer que, depois de construir uma armadura, eu tentarei ser cada vez mais audacioso.



Vergil.


Você realmente incorpora o personagem, se sente como ele enquanto faz o cosplay? Como descreveria a experiência?

Ser cosplayer é sonhar e realizar sonhos. Quando me visto e me olho no espelho, eu me sinto extremamente feliz e realizado. É uma sensação incrível atuar na pele de personagens que nos marcaram de alguma forma.



Ele é o Máscara!!!


Por fim, você tem alguma dica ou conselho para quem está começando ou sente vontade de fazer cosplay?

   Não deixe que nada te desmotive como problemas pessoais, desavenças, crises, fofocas, medo ou vergonha. Corra atrás de tudo sem deixar a peteca cair. Tente buscar evoluir mais e mais sem medo do que as pessoas vão pensar de você porque só você sabe o que te faz feliz e sabe o que você passa para fazer um cosplay. Deixem que pensem que você é louco mas seja um louco feliz, afinal, as pessoas loucas são as melhores. Nunca esqueçam de valorizar aquilo que é mais importante na vida, afinal, é um hobby.




------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Assim que possível, mais entrevistas com cosplayers.



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Grato pela leitura e pelo comentário. Assine o blog, siga-o e mantenha-se informado sobre novos textos. Até.